Gosto de pensar que um segredo da genealogia é perguntar.
Perguntar abre portas e inicia linhas de pesquisa.
Um dia descobri que tinha tios-avôs dos quais eu nunca tinha ouvido falar.
Minha avó não os mencionou porque eles morreram antes de chegarem à vida adulta.
Saber da existência e da histórias deles me ajudou a entender melhor minha avó, os pais e os irmãos dela.
Sempre que questiono "Por que nunca soube disso?", as pessoas respondem: "Porque você nunca perguntou e eu não achei que interessasse".
Por vezes perdemos informações porque não fazemos perguntas e de vez em quando perdemos informações porque não fazemos perguntas específicas.
Aprendi que perguntar "
Quais foram os filhos de fulano?" não é a mesma coisa que perguntar "
Esses foram TODOS os filhos de fulano ou foram só os que chegaram a ficar adultos?"
Aprendi também que perguntar para pessoas diferentes pode gerar respostas diferentes.
Eu interpreto a pergunta "Quantos filhos teve fulano?" como um questionamento sobre todos os filhos biológicos que nasceram do casal e todos os filhos adotivos que eles criaram. Outros podem interpretar essa questão de modo diferente e para alguns, falar de pessoas falecidas pode ser doloroso ou nostálgico.
De forma geral, as pessoas na nossa cultura gostam de falar e muitas vezes nos dão até mais informações do que esperávamos e talvez isso nos tenha feito mal perguntadores.
#ficaadica
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Info: Ilustração fotográfica feita pela autora com foto dos arquivos da família.